Um visão inteligente e educacional
As árvores ornamentais dos jardins, parques e ruas dos aglomerados urbanos são fonte de saúde e beleza. Proporcionam sombra, odores balsâmicos, repouso para o espírito. Desempenham ainda importantes funções orgânicas, mais ou menos conhecidas de todos, como a produção de oxigénio. As árvores ornamentais em meio urbano têm ainda grande importância na retenção de poeiras e partículas de poluição, na absorção de ruídos, na retenção de água no solo, na redução do impacto da chuva sobre o solo, ou como abrigos para aves insectívoras e outros pequenos animais, aves e mamíferos. As árvores de folha caduca desempenham também o papel de reguladores térmicos - cobertas de folhas durante o Verão, filtram os raios solares e amenizam o ambiente; durante o Inverno, deixam passar a luz e o calor do Sol através dos seus ramos despidos, retendo calor no solo durante mais tempo. Em inúmeras localidades do nosso país, as árvores ornamentais são submetidas pelos serviços camarários, a "podas" sistemáticas e violentas, que as desfiguram e enfraquecem. Deve ressalvar-se, antes de mais, que estas práticas nada têm a ver com poda. A poda, tanto das árvores e arbustos de fruto, como das ornamentais, é uma arte e uma técnica sujeita a princípios sustentados em bases científicas.Esta mal chamada "poda" visa, pretensamente, dar um ar de "limpeza" e um aspecto "cuidado" às árvores alvo destes maus tratos. A "poda camarária" - uma espécie de "vandalização institucional" dos arvoredos do domínio público - é feita normalmente com machados, serrotes de grandes dimensões, quando não à moto-serra, apropriados para decepar os ramos mais grossos das árvores. Nenhum argumento técnico, muito menos estético, pode justificar este massacre periodico dos arvoredos públicos. A "poda camarária" é apenas um mau hábito, rotineiro e como todos os hábitos deste tipo, não tem nenhuma explicação. Estas chamadas "podas" arruínam as árvores. O corte da maior parte da copa, como é habitual fazer-se, priva a árvore das suas reservas nutritivas, acumuladas no Verão anterior, e que lhe permitiriam iniciar novo período vegetativo na Primavera seguinte. As árvores "podadas" rebentam mais tarde que as não “podadas”, com muita dificuldade e produzindo ramos enfezados e deformados. Outro efeito pernicioso desta "poda" é a morte de parte das raízes que levam a água e os nutrientes minerais para os ramos decepados e deles recebiam, por sua vez, açúcares elaborados pelas folhas. Em consequência, reduz-se a base de sustentação da árvore, que pode cair mais facilmente, sobretudo durante os temporais. Pelos cortes extensos abertos por esta lamentável prática, entram inúmeros fungos causadores de doenças da madeira, que acabam por enfraquecer e até matar as árvores.
texto extraido do blog Dias sem Arvores
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